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Você já imaginou pagar duas mil vezes mais por um produto do que ele realmente custa? Já imaginou comprar um pãozinho francês por R$ 1.000,00 ou um litro de leite por R$ 3.600,00? Parece loucura, não? Mas é exatamente isso que acontece quando você compra uma garrafa de água. Isso porque não se paga apenas o preço do líquido dentro dela, mas sim de todo o processo de fabricação da embalagem, envase e transporte do produto, além do lucro do fabricante e do vendedor. 


Talvez você possa estar pensando: "Tudo bem, mas não me importo de pagar mais caro por uma água de melhor qualidade". Então, antes que você se decida por comprar um galão de água mineral, gostaria de lhe convidar a conhecer alguns dados interessantes sobre esse assunto.


Água potável é um termo que se utiliza para designar a água livre de contaminação por substâncias tóxicas ou agentes patogênicos (que provocam doenças) e que pode ser consumida por pessoas ou animais, sem risco para a saúde. Essa potabilidade é definida por uma série de normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que indicam as concentrações máximas permitidas de cada tipo de substância possivelmente presentes na água. Portanto, tanto a água mineral engarrafada quanto a fornecida pela companhia de saneamento municipal, estão sujeitas aos mesmos tipos de regulamentação e fiscalização.


Os impactos ambientais provenientes do consumo da água mineral se iniciam já na fase de produção da embalagem. As garrafas PET são fabricadas a partir do petróleo e são responsáveis, direta ou indiretamente, por uma grande parcela da poluição do ar, da água e do solo. O transporte desse produto contribui para o aumento da liberação de gás carbônico e consequente intensificação do efeito estufa. Após o consumo da água, as embalagens normalmente são destinadas a aterros sanitários ou lixões (aumentando ainda mais a contaminação), sendo que apenas uma pequena parcela é separada e enviada para reciclagem. 


De acordo com os dados apresentados por Annie Leonard no documentário “A História da Água Engarrafada”, o hábito do consumo desse tipo de água não aconteceu por acaso. Segundo ela, nos anos 70 as grandes companhias de refrigerante ficaram preocupadas quando suas projeções de crescimento começaram a estabilizar. Isso ocorreu porque há um limite para a quantidade de refrigerante que cada pessoa consegue ingerir. Além disso, muitos já começavam a perceber que esse consumo não era saudável. Então, para alavancar as vendas, essas companhias nos convenceram a comprar algo que tínhamos de graça em nossa torneira. Como fizeram isso? Criaram uma campanha para nos deixar inseguros sobre a qualidade da água que bebíamos. Pelo grande número de garrafas jogadas fora todos os dias, percebe-se que a estratégia funcionou muito bem.


A maior parte da água engarrafada vendida no mundo é envasada por grandes multinacionais como a PepsiCo, Coca-Cola, Danone e Nestlé. Percebam que eu disse “envasada” e não extraída ou produzida. Isso porque a água vendida por essas empresas nada mais é do que água tratada de torneira. Será que as torneiras deles são mais limpas que as de nossa casa?


E quanto ao sabor? Água engarrafada é mais gostosa que água de torneira? Difícil responder a essa pergunta, pois cada pessoa tem um gosto particular. Mas testes de degustação realizados nos Estados Unidos demonstraram que 70% das pessoas preferiram a água da torneira.


No Brasil, as campanhas e discussões sobre os impactos do consumo da água engarrafada ainda tem muito a avançar, mas em países desenvolvidos o alerta já ocorre há mais tempo. A ONU lançou uma campanha para que os restaurantes passassem a oferecer a opção de água de torneira tratada sem custo para os clientes. Com objetivo semelhante, foi criada em São Paulo o projeto “Água na Jarra”, que tenta conscientizar sobre os impactos ambientais de nossas escolhas com relação à água e aos alimentos. Visite http://www.aguanajarra.com.br/ 


Não se deixe enganar. Beba água de forma responsável.


Dra. Deise Miola


Deise
Deise Miola

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