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Como diria Lavoisier, “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Com essa simples frase ele conseguiu resumir um conceito chave: não há desperdício na natureza. Pelo contrário, os recursos são metabolizados, reaproveitados e interagem de forma dependente, formando um modelo cíclico. A partir deste exemplo podemos pensar no conceito de Economia Circular. Já que este modelo funciona há anos na natureza, por que não o trazer para nosso modelo econômico atual?

Já sabemos que os recursos naturais são finitos e que se não repensarmos nossa forma de consumo e descarte haverá um momento em que não será mais possível sustentar a vida neste planeta. O modelo que estamos acostumados é linear e insustentável pois, a matéria-prima é extraída da natureza, transformada em produtos, distribuída e depois descartada. A obsolescência programada, um fenômeno industrial e mercadológico que surgiu por volta da década de 1930 em países capitalistas, se baseia em produzir e programar alguns eletrônicos e eletrodomésticos para se tornarem obsoletos ou pararem de funcionar após um período específico de uso. É geralmente um período curto, o que obriga o consumidor comprar modelos novos e mais modernos. Este tipo de estratégia contribuiu significativamente para este modelo de extrair – produzir – consumir – descartar. É questão de lógica perceber que esta forma de economia está acabando com os recursos naturais e consequentemente toda a vida neste planeta.


O modelo de economia circular se espelha no exemplo da natureza, onde, de forma geral, os recursos naturais e os produtos são continuamente reutilizados no sistema de forma cíclica. Para que isso seja possível é necessário repensar o design dos produtos, para que sejam bem planejados e assim possam ser desmontados, suas embalagens e componentes recuperados para voltarem ao processo produtivo. Este modelo de design dos produtos surgiu no ano de 2002 conhecido como “cradle to cradle” – da sigla C2C – que traduzindo para o português significa “do berço ao berço”. Criado pelo engenheiro químico Michael Braungart e o arquiteto William McDonough, este conceito se baseia, resumidamente, em desenvolver ciclos contínuos do produtos e materiais, estimulando o uso exclusivo de energia renovável e mantendo um sistema cíclico seguro e saudável para os seres humanos e a natureza. 

Nós, como consumidores devemos repensar a forma de consumir, utilizar os produtos e descartar. A adoção de pequenas atitudes e mudanças de hábitos podem contribuir significativamente com a economia circular. Como alguns exemplos temos a adoção de formas de aluguéis de produtos, compra em brechós ou permuta, fazer compostagem dos restos alimentares domésticos; separação correta dos resíduos para reciclagem ou reutilização; alternativas do uso de energia renovável e ciclo fechado da água no ambiente doméstico, entre outros. Diminuir o consumo desenfreado e pesquisar bem um produto antes de comprar, analisando a forma que ele foi fabricado e sua vida útil são também de bastante relevância.

Que tal começar a pensar em trocar essa cultura de comprar e jogar fora (lembrando que na verdade não existe “fora”) por uma cultura de desenvolver e renovar? Onde produtos e componentes são desenhados para serem desmontados e regenerados. Já passou da hora de nós, seres humanos, mudarmos nossa atitude de relacionar com o nosso planeta. 

Deise
Deise Miola

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