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Quando criança, o mês de junho para mim significava frio, São João, quentão, pinhão e fogueira. Atualmente, continuo vendo junho recheado de fogueiras... uma pena que nem todas sejam para São João.

Todos os anos durante o período seco as queimadas se alastram pelo Brasil, em especial nos Cerrados. Apesar da vegetação nativa desse bioma possuir adaptações para resistir aos impactos provocados pelo fogo, a frequência e intensidade das queimadas não naturais causam estragos irreversíveis à biodiversidade e ao equilíbrio dos ecossistemas.

As queimadas consideradas naturais são aquelas provenientes de descargas elétricas (raios). Normalmente elas ocorrem no final do período seco e início do período chuvoso e são de pequena abrangência, uma vez que, logo após o raio cai a chuva e controla os focos de incêndio. A frequência do fogo natural também é pequena, sendo comum um intervalo de alguns anos entre uma queimada e outra. Isso faz com que a vegetação tenha tempo para crescer, se reproduzir e abastecer o banco de sementes do solo, garantindo a perpetuação da espécie.

O fogo provocado por atividades humanas é normalmente mais frequente nos meses da estação seca, o que facilita a propagação das chamas e a queimada de grandes áreas. Como não é natural, quando ocorre durante vários anos seguidos na mesma área, altera significativamente o ecossistema e pode extinguir localmente várias espécies. Os animais que não morrem com o fogo, acabam morrendo por falta de alimento ou abrigo. O solo, com o tempo, tende a ficar mais pobre em decorrência da morte dos microrganismos e a água pode ser contaminada pelo excesso de matéria orgânica.

Além dos impactos sobre os ecossistemas terrestres e aquáticos, a queima de áreas naturais também contribui para aumentar as mudanças climáticas globais. Durante o processo da queima ocorre a liberação de gases causadores do efeito estufa, o que “engrossa” a atmosfera, retendo mais calor no planeta. A vegetação que foi queimada também deixa de absorver CO2, o que aumenta ainda mais o problema.

Apesar de ser comum o crescimento dos focos de incêndio nos meses de abril a agosto, devido à sazonalidade climática, não se pode admitir que uma “estação das queimadas” seja natural. As condições ambientais da época seca contribuem para o estabelecimento e a propagação do fogo. Cerca de 99% dos focos, entretanto, são provocados por atividades humanas. O hábito de utilizar o fogo para a limpeza de áreas agrícolas, queimar a sujeira que foi varrida do quintal, algumas práticas religiosas, ou até mesmo uma garrafa transparente ou uma bituca de cigarro jogadas na beira da estrada podem começar uma queimada de grandes proporções e de difícil controle.

Colocar fogo na vegetação é um crime ambiental. Se você não é incendiário e se preocupa com a conservação dos recursos naturais, ajude a fiscalizar e denuncie os focos de incêndio que encontrar. Evite jogar lixo e cigarros aceso próximo a áreas naturais, jamais solte balões e não se esqueça de apagar a fogueira depois que a festa junina terminar.






Deise
Deise Miola

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