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Você costuma observar os pequenos detalhes?

Tudo na natureza me encanta desde que me entendo por gente. As aulas de Ciências e Biologia da época escolar eram as que mais prendiam a minha atenção, principalmente os assuntos relacionados à natureza em si. Os livros com aquelas imagens maravilhosas e bem didáticas me ajudaram bastante no processo de aprendizagem, disso não tenho dúvida. Mas depois de finalmente formada em Ciências Biológicas e em algumas oportunidades trabalhando em contato direto com a natureza, meu olhar deu uma grande virada. Aquelas maravilhas que via nos livros estou vendo de perto, ao vivo e em cores. Um pequeno grupo do reino da Plantas, entretanto, aguçou ainda mais este meu olhar durante um trabalho de campo que estava fazendo pela Artemis Ambiental.

As briófitas, comumente chamadas de musgos, são plantas pequenas, avasculares que representam um passo fundamental na transição para o ambiente terrestre e, consequentemente, na evolução da vida na Terra. Elas compreendem as mais antigas linhagens de plantas terrestres, derivadas de algas verdes ancestrais (Goffinet et al. 2009). Podem viver sobre os mais variados tipos de substrato, como troncos e ramos de árvores, folhas, troncos em decomposição (foi onde tirei a foto), solo ou rochas, geralmente em locais úmidos, já que necessitam de água para o processo de fecundação. Ocorre em todos os domínios fitogeográficos brasileiros, são bioindicadoras e desempenham um papel importante em muitos ecossistemas tropicais, como, por exemplo, na Mata Atlântica onde a riqueza é maior e foi o bioma que estava em trabalho e fiz este registro.



Como todo vegetal, seu ciclo de vida é caracterizado pela alternância de gerações onde a fase predominante, no caso das briófitas é o do gametófito. Na foto podemos observar as duas fases reprodutivas, o esporófito e o gametófito. Algo que eu havia visto só em livros didáticos e, confesso, que fiquei encantada ao ver de perto!

Apesar de serem pequenas, avasculares e pioneiras no ambiente terrestre, elas realizam praticamente as mesmas funções para se autossustentarem em relação uma árvore enorme, através de estruturas adaptáveis ao seu porte e hábitat. Ou seja, elas fazem o mesmo que uma angiosperma usando menos. 


Poder observar tudo isso em campo faz muito mais sentido a tudo que vi nos livros didáticos. Não que eles tenham sido menos importantes, mas entender a dinâmica dos processos naturais onde eles realmente ocorrem muda nosso olhar completamente, enriquecendo o meu eterno processo de aprendizagem. Te convido a parar um pouco e começar a observar a natureza ao seu redor, pode ser uma planta ou um animal e lembrar como foi ter visto isso nos livros da escola...

Goffinet, B.; Buck, W.R. & Shaw, A.J. 2009. Morphology and Classification of the Bryophyta. In: Goffinet, B. & Shaw, A.J. (eds.). Bryophyte Biology. New York: Cambridge University Press, p. 55-138.


Nayane Freitas

Deise
Deise Miola

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